domingo, 16 de novembro de 2008

Pensando bem...

Reflexão Sobre a Reflexão

Terrível é o pensar.
Eu penso tanto
E me canso tanto com meu pensamento
Que às vezes penso em não pensar jamais.
Mas isto requer ser bem pensado
Pois se penso demais
Acabo despensando tudo que pensava antes
E se não penso
Fico pensando nisso o tempo todo.

-Millôr-


Perguntas incomuns sempre permearam meu cotidiano ou proferidas por alguns seres de raciocínio lento ou por filósofos loucos, mas por certo tempo eu me prendi a coisas mais concretas como a lei do empuxo de Arquimedes ou coisa parecida. Eu não sabia que as perguntas mais interessantes não tinham respostas. Talvez algum louco enfurnado em um laboratório queira descobrir se Adão tinha ou não tinha umbigo ou se a zebra é branca com listras pretas ou se é preta com listras brancas. Eu tenho que admitir que estas questões anteriores não servem pra muita coisa. Entretanto se todo mundo direcionasse o pensamento a algumas especulações que somente alguns raros se atreveram, as sinapses talvez causassem um curto-circuito no mundo (uma vez que é tão difícil existir tanta gente pensando em coisa difícil ao mesmo tempo), mas ainda assim seria no mínimo interessante imaginar os telespectadores viciados se perguntaram – novela por quê?(doce ilusão). O problema é que pensar cansa muito e exige um certo ócio criativo e quando uma “cultura aristocrata” resolve oferecer um pensamento previamente formado fica bem mais encaixar isso na cabeça do que desenvolver seus próprios pensamentos... O problema é que nem sempre a encomenda serve. É preciso pensar, esse verbo se torna cada vez mais raro hoje em dia. Tem sempre algum árbitro impedindo nossa fruição interrogativa. Quem matou o pobre gato curioso? De que ria a Gioconda ? Por que o pato não escolhe se quer andar, nadar ou voar? Enfim... Eu me rendo... Eu me rendo... Por mais idiotas que as perguntas pareçam é melhor pensar na sistematização do absurdo do que estar em completo estado de abstenção intelectual.

Mas enquanto você pensa se Adão tinha ou não tinha umbigo...
Eu fico por aqui no meu observatório contemplando a imensidão...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mona_Lisa

domingo, 2 de novembro de 2008

Identidade

Foi num show de rock barulhento que eu perdi minha carteira com todos os documentos. Na hora em que me dei pela falta dela fiquei com "cara de paisagem", atordoado ao ponto de acender cigarro pelo filtro. Mas no meio da euforia gritante das garotas que se rasgavam pelos dreads do cantor da banda, eu era o único que, sem pular nem acompanhar a canção, fiquei à filosofar pensando: E agora? Quem sou eu? Eu não tinha mais carteira de identidade, título de eleitor, carteira de motorista, carteira de estudante nem dinheiro (dinheiro as vezes diz quem nós somos). Depois da primeira aflição de ter perdido minha "identidade" no meio dos fanáticos adoradores do rock'n roll e maconheiros homens de negócios, me veio o insiting. Eu posso ser quem digo que sou e ninguém terá como me desmentir. Que sensação de liberdade! Eu poderia viver eternamente aquele momento... imagine que eu poderia ser uma pessoa diferente quando me desse vontade ou simplesmente ser qualquer coisa em qualquer tempo sem nenhuma identidade fixa a me aprisionar? Seria sempre "o avesso do avesso do avesso do avesso" (né Caetano?). Mas a ilusão não durou muito e logo me dei conta que tinha que prestar queixa na delegacia pedir um boletim de ocorrência e bla bla bla e bla bla bla. Isso me fez achar graça daqueles que dizem: estou a procura da minha identidade... Conselho? Não vá à shows de rock'n roll! Você pode perder o pouco que ainda tem... Só depois de perder a minha identidade foi que vi que qualquer coisa através da qual seja possível determinar quem somos o que somos e como somos pode ser perigosa demais. Pode ser que um indigente essencialista seja o cara mais normal do mundo e que o funcionário público mais reponsável da repartição tenha transtornos com a personalidade, mas isso ai dá muito pano pra manga...

Eu prefiro ficar aqui no meu observatório comtemplando a imensidão...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tudo é vaidade

Eu sempre me achei meio magrinho assumo, mas nunca chegei a um grau de vaidade que me fizesse ter que ir além do que minha integridade física agüenta... Como malhar por exemplo. Os inquilinos de academia por favor me perdoem, mas exercícios repetitivos nunca foram muito divertidos pra quem gosta de raciocinar. Não, eu não pertenço a "Geração Fitness", mas parabéns a vocês que tem tanta disposição e tempo livre. Deixem-me apenas com as barras de cereal ok? Outros que também acham que malhar é um consumo de tempo um tanto efêmero resolvem obter um resultado mais eficaz e rápido usando anabolizates... (Eita assunto chato! todo mundo fala disso e eu aqui no observatório repetindo as mesma lezeiras) Mas que fica bonito, isso fica! Não fosse por parecer que se tem uma íngua no sovaco, alguns inclusive parecem que querem içar vôo por andarem com os braços tão abertos (e existem boatos de que causa impotencia sexual... eu não me atreveria). A vaidade em si é alguma coisa da qual ninguém está livre. Há quem diga, por exemplo, que meus três banhos diários são de extrema vaidade! Que seja, não to com vontade de me defender, só acho que os que leram "o pequeno príncipe" quando foram alfabetizados sabem que o essencial é invisível aos olhos (Né Antoine de Saint-Exupéry?). O problema é que esses aminoácidos não fazem o pensamento desenvolver. Eu me pergunto... como é que alguém fica bonito? O cara no link abaixo resolveu cortar a perna nesse intento (deixa ele na onda dele eu gosto da minha perna) Mas eu não vou ditar nenhum axioma de beleza. Aqui é somente um observatório. Sem querer contanminar o "bom gosto" de ninguém eu só gostaria de direcionar os olhos pra algo mais imperecível...
Pois como diria um grande amigo meu chamado Vinícius Gomes (e eu to no meu blog e cito quem eu quiser nessa porcaria) "A beleza é passageira mais a feiura é eterna"

quanto a mim?
Eu vou ficar no meu observatório contemplando a imensidão...

http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=3047

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Eu, interesseiro.

Alguns pensam que existem pessoas iluminadas no mundo que não constroem relações por interesse, francamente... Eu desconfio, inclusive e principalmente do Dalai Lama. O tal do amor incondicional é uma utopia tão perversa que faz enlouquecer aqueles que se metem a besta com ele. Caro leitor, não quero em hipótese alguma levantar uma argumentação irônica e extremamente pessimista, mas o grande problema é que não existe relação inter-pessoal sem interesse na balança e é só ver como são raros casamentos entre pessoas de círculos sociais diferentes... Um grande poeta (certamente embriagado) nos presenteia com a constatação de que no fim das contas a única companhia que temos é a da ingratidão (é por ai né Augusto dos anjos?). Porém não sejamos fatalistas. Os interesses por muitas vezes são motivados por dinheiro isso é bem verdade não sejamos hipócritas (até porque os hipócritas eram ótimos atores e isso é coisa rara hoje em dia) e também é fato que existe uma espécie de filtro que seleciona que pessoas que merecem ou não participar do círculo, acha ridículo? Atire a primeira pedra. Mas com toda falsidade, e não é pouca, ainda existe aquele interesse com o qual eu ainda me iludo concebendo como saudável. Existem proveitos nas relações que não se estabelecem sobre o poder financeiro ou fama ou ainda conhecimento de qualquer que seja a área. Existe também e isso é a minha última esperança de achar que o ser humano presta pra alguma coisa, o interesse na pessoa em si. Existem pessoas cuja maior riqueza é a sua própria essência (não é por nada não, mas essas me interessam) e um segundo grupo de pessoas, que não são só inteligentes ou espertas, mas também são sábias. Pessoas sábias que são extremamente interesseiras e que com uma ganância não crível ficam à espreita esperando a primeira oportunidade de encontrar alguém com quem se possa enriquecer o espírito e nisso eu sou interesseiro. Assumo. Eu bem que poderia ser um desses dois seres em um só, mas...

Deixe-me apenas continuar no meu observatório contemplando a imensidão...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

David Blaine

A última do David Blaine eu realmente me esforçei pra entender. Quer dizer que são três dias e duas noites de cabeça para baixo? Em breve o próximo desafio do famigerado ilusionista vai ser perseguir os foras da lei em "Gotham City". É difícil conservar um pensamento sadio na cotemporaneidade, ainda mais quando é considerado normal sentar em frente a Tv em média 4 horas por dia! Porém acho que o grande problema esta em ser capaz de digerir essa excrecência toda (não quis falar merda). E as novas propagandas eleitorais? a cada ano se superam! Esses dias subi no ônibus e o motorista era candidato, no final de semana na praia o cara da salada de fruta era candidato e na lanchonete do bairro o balconista me deu um cheese calabreza com um santinho de candidato entre os guardanapos, eles estão me cercando! Socorro! Na verdade eu acho que o David ta se saindo muito mais esperto que eu, esse circo todo ta armado desde que o samba é samba (né João Gilberto?)... pelo menos ele pode ver por outro par de óculos agora. Quanto a mim?
eu vou continuar aqui do meu observatório contemplando a imensidão.