sexta-feira, 22 de maio de 2009

Um dia eu chego lá...

            Todo mundo tem o mesmo sonho clichê de um dia chegar lá, inclusive eu, mas onde diabo fica esse lá? O que determina esse alvo, o “Lá”, é um fator variante peculiar de quem quer alcançá-lo. Para alguns “Lá” é um salário de três, quatro, cinco... Dez mil. Simples assim, mas o meu “Lá” não é tão perto, na verdade não seria vendido nem por centenas de milhares, mas um dia eu chego lá. É parecido com vencer na vida. Vencer na vida é comprar um carro do ano todo ano, uma casa em um bairro nobre e outra na praia, montar um bom guarda roupa, ir a reuniões sociais importantes, comprar amigos submissos e tudo regado a wiskey com gelo de água de côco? Eu quero um pouco mais que isso... Meus padrões são elevados demais pra essa sociedade idiota, desculpem-me a falta de modéstia, mas é a mais pura verdade. O que quero na verdade é tão pequeno e tão raro quanto um diamante azul, não quero glória, pois quem busca somente a glória não a merece (né Mário Quintana?) prosperidade também é muito relativo (eu só quero se for a do dicionário de latim “prosperitas – prosperidade; felicidade).

 

            Acho que a algum tempo as pessoas não precisavam de tanta coisa ao seu redor para serem felizes, talvez porque seus corações fossem menos vazios...

 

            Mas o que me fere os olhos ao observar é que as pessoas querem chegar “Lá” como se estivessem numa corrida de demolição e não olham para os lados. Pouco me importa o sonho da tua vida somente não atropele ninguém para consegui-lo. A vida não é uma competição!

 

Mas... enquanto eu não chego lá eu fico por aqui no meu observatório contemplando a imensidão.

  

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sobre os romanticos...

A quem diga que um cara chamado Camões foi o cara mais romântico da história, tudo por causa daquele lerolero de que "Amor é fogo que arde sem se ver e blablabla e blablabla", mas eu aposto que soubessem que, em um naufrágio, o camarada Camões preferiu salvar o rascunho da obra “Os Lusíadas” à sua namorada, que por sua vez, morreu afogada, repensariam essa idéia. Como diria meu avô: Falar é fôlego, mas cagar é sustança!. Meio grosseiro eu assumo, mas a ausência de léxico fino é proporcional a veracidade do provérbio. Existem raros românticos verdadeiros desde a fundação do mundo e não é por acaso. Adão foi o primeiro trouxa...(Perdão) Adão foi o primeiro cidadão que deu uma de romântico...
- Uma maçãzinha meu amor?
- Lógico minha linda Eva!
(Lascou!)
Os românticos não pensam muito antes de agir e isso é que complica a situação tornando a vida dos apaixonados numa tragicomédia. Quem nunca escreveu uma carta de amor daquelas ridículas (hein Fernando Pessoa?). Eu não sou aquele amante à moda antiga do tipo que ainda manda flores, mas acredito que até mesmo eu com toda essa inclinação "cult" posso ser um dos caras mais bregas do mundo caso pegue essa virose. Mas como eu ia falando... falar é bem mais simples. Vinícius de Moraes escreveu o Soneto de Fidelidade, mas dizem as más línguas que ele só era fiel ao o Wisky "O Wisky é o melhor amigo do homem, é o cachorro engarrafado." To chegando à conclusão que o amor ta bem longe daquilo que os românticos pintam. Talvez pouquíssimas coisas que os românticos pintam podem ser levadas em consideração. Eu poderia até me atrever a dizer que um romântico não ama alguém necessariamente, mas ama a própria situação caótica da paixão, mas ai vocês me pediriam argumentos, fontes, exemplos um monte de quinquilharias pra sustentar o meu discurso e... eu não to afim não.

Por isso eu somente fico no meu observatório contemplando a imensidão.






http://www.youtube.com/watch?v=rM_l17HFr54

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Não tem mais "sem noção" pernambucano...


Tem gente muito esquisita no mundo... outro dia eu vi um cara com piercing na bochecha e fiquei me achando careta, mas vale acrescentar que um artefato de metal incrustado na face é no mínimo mais "confortável" do que na genitália, enfim... Tem gosto pra tudo e falando em gosto eu não podia deixar de observar daqui do observatório as variedades excêntricas de gosto musicais que existem mundo a fora, primeiro porque eu moro na cidade mais e esquisita (e mais gostosa também amigos hispânicos) do mundo. Eu moro e morro no Recife. E quem já xeretou a parte alternativa do Bairro do Recife antigo (a ilha underground) conhece todos os significados da palavra diferente. Na cidade do Recife não existe preconceito musical tanto que se em um bar só se toca metal em um outro mais à frente só se escuta reggae, sem contar que não é difícil ver um cover do meu amigo Roberto Carlos abrindo o show de uma orquestra de frevo. E onde finalmente eu vou chegar com essa conversa mole? É o seguinte: quando um músico pernambucano te disser "finalmente eu vou fazer meu som" nunca caia na gafe de fazer a perguntinha cretina: Qual é o estilo? Certamente o que vai se ouvir é um silencio sepulcral onde nem os grilinhos do jardim se atreverão a fazer um "cri cri cri". Pleonásmicamente falando, observando do observatório eu pude observar que não existe lugar onde uma banda chamada mombojó (que não quer dizer absolutamente nada) seria tão bem compreendida, imagina só se eu falasse de mula manca e fabulosa figura ou Eddie. O Recife é um lugar de doido. É o único lugar em que na festa de final de ano todo mundo faz questão de ir à orla munido de champagne, camisa branca e chinelo de dedo pra assistir aos gritos o show de uma banda chamada Cordel do fogo encantado (e eu to invocado porque perdi o show!). A odisséia musical do Recife deixa até Homero de cabelos em pé... e o carnaval vem ai pra piorar/melhorar a situação, porém eu posso sorrir para você sem culpa (né China?)...

Eu não to nem ai nem aqui nem em lugar nenhum, só aviso a quem quiser encher a cara de "ki suco" nesse carnaval volte pra casa de onibus...

Eu não sou folião eu só fico aqui no meu observatório contemplando a imensidão