quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

25 de dezembro








 Acho que vale a pena cair no clichê do fim de dezembro e falar sobre o famigerado dia 25. Por uma convenção que poucos cristão conheçem a causa, o nascimento de Cristo é comemorado nesse dia, por mais que saibamos que Ele pode ter nascido em qualquer época do ano. Mas o que é mesmo um cristão? O que é cristianismo? Eu não faria essa pergunta a qualquer padre ou pastor sem medo da resposta. De qualquer forma o que eu li ou ouvi aqui e ali é que esse segmento religioso, assim como tantos outro, valorizam o altruísmo e o desapego as riquezas materiais. Que lindo. O mais bonito é que na celebração pelo nascimento do Messias o comum de se ver é a troca de presentes, gentilezas e docilidades entre os entes queridos. Também é comum ver o movimento quintuplicar nos shoppings centers... se bem que o natal não tem que ter relação com o comércio... ou tem? Enfim, indo ao que é importante ser dito o dia 25 não tem absolutamente nada a ver com Cristo. Primeiramente porque era impossível uma criança sobreviver a madrugada de Belém, Palestina, nesse período do ano dentro de uma estribaria como narra os textos blíbicos aos quais temos acesso. O mais provável é que Jesus tenha nascido entre os meses de março e outubro, pois pelo menos nessa época o clima é mais favorável a um acontecimento dessa natureza no Oriente médio. A verdade é que essa tradição é absorvida por nós do culto pagão a deusa persa Mitra “Natalis Solis Invicti” que seria o “nascimento do sol invencível” que acontecia nos dias 21 e 22 de dezembro quando ocorre o soistício de inverno no hemisfério norte marcando o início inverno. Os Mitraístas então marcaram o dia 25 como dia de “Natalis Solis Invicti”. Até ai beleza, mas vocês tão lembrados do imperador Constantino? Foi ele que propiciou a união dos igreja cristã aos cultos pagãos e acabou misturando tudo lá em Roma. O Juliano, sobrinho de Constantino, que adorava a deusa Mitra (e provavelmente também era chegado numa suruba) achou ótima a posição da igreja romana que decidiu facilitar a aceitação da fé pelas massas pagãs  convinientemente adotando o dia 25 de dezembro como data do nascimento temporal de Cristo (Pense numa manobra!). Bem...de alguma forma Cristo nasceu OK? E mudou o mundo(pra melhor) por mais que ateus, agnósticos e afins achem isso bem relativo. Na verdade essa conversa toda se teve objetivo de dizer uma coisinha. O natal não é, nunca foi e nunca será no dia 25 de dezembro, logo não espere por um dia do ano pra dar uma de cristão pra cima de mim.

Enquanto tu se entope de queijo do reino e pêsego em calda tem gente dormindo na rua e morrendo de fome. Pense nisso e tenha um feliz natal.

Eu vou continuar no meu observatório, comendo arroz com passa e contemplando a imensidão.

P.S Aceito presentes em qualquer época do ano.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Maçã do amor.

 É incrível como qualquer acontecimento por mais simplório ou absurdo que seja tem a capacidade de despertar nosso pensamento. Dia de 5ª feira, como de costume, eu volto tarde da noite da universidade. Subo no ônibus, atravesso a catraca, procuro um lugar. Hoje dei de cara com uma senhora atracada com uma maçã do amor daquelas caprichosamente carameladas. Desculpe-me se a minha visão é um tanto preconceituosa, mas uma maçã daquele jeito, coberta com aquele doce tão vermelho, com aquele granulado colorido, aqueles dois palitos coloridos cravados, aquilo ali merecia uma menininha de quatro anos lambendo.
- Tu queres maçã Babi?
- Eu queres papai!
Enfim... depois de ser atraido por aquela maçã e sentar bem atrás da senhora que a portava, comecei a observar com meu jeito discreto a dificuldade que aquela velha tinha para comer a maçã, também pudera, ela usava dentadura. Você já viu uma pessoa que usa dentadura comendo uma maçã do amor? Não? Não queira ver. É uma coisa agoniante tanto pra quem assiste quanto pra quem sofre o momento. O sofrimento deve ser parecido com beijar de língua usando um aparelho odontológico extra oral. O caramelo grudava na dentadura e ela tentava tirar com a língua ao passo que conversava alguma coisa com a colega ao seu lado que fingia a entender enquanto tosquenejava bonito. Eu ainda imaginei: Onze horas da noite não é um horário complicado pra arrumar uma maçã do amor? Será que não faz mal comer isso essa hora? Essa mulher não tem medo de quebrar essa chapa no meio?
É ai que você começa a pensar... por que a gente so se satisfaz com as coisas mais difíceis? Eu mesmo nunca namorei com nenhuma garota de minha rua, quarteirão, bairro. Por que a gente sempre quer as paixões mais complicadas? Aquelas impossíveis? Aquelas que não valem a pena? Por que diabos a gente se apaixona por quem não merece nossa atenção? É muito complicado... Parece que somos atraídos pela dificuldade. É possivel que você viage o mundo todo e por fim se case com sua vizinha, e o pior, seja feliz. Pode ser que você leia todos os livros da Library of congress em Washington e uma tirinha do Angeli, ou um pedaço de um folheto de cordel te desperte finalmente uma idéia pra mudar o mundo. Mas ai o que a gente diz pra Babi?
- Eu queres maçã, Papai!
- Não Babi. Você vai comer banana que é mais fácil.
Se eu bem me lembro, um moço mineiro chamado Mário uma vez versou:
Se as coisas são intangíveis... ora! Não é motivo para não querê-las...Que triste os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas!” (Né Quintana?)
Na verdade eu devo estar falando besteira no lugar de ir buscar a maçã do amor que deixei escorregar de tanto caramelo. O que eu posso fazer além de ficar no meu observatório comtemplando a imensidão?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pouca Vergonha

 Todo mundo nasceu nú e isso é uma verdade inegável. Ninguém teve o direito de cobrir as vergonhas nos primeiros segundos de vida, até por que nesse momento ninguém tem noção do que é vergonha. A roupa e a vergonha vem um pouco depois. Tempo suficiente pra gente descobrir que nosso corpo é tão feio que a exposição do tal chega a ser indecente (pelo menos eu acho que é assim que pensam). Com o tempo é que nos cobrem de roupas e a medida que vão nos cobrindo de roupa nos cobrem também de vergonha, nem sei bem quem ganha o que com isso e também nem faço idéia de como começou. Há quem diga que o problema todo vem do Édem e da maldita dentada na maçã vermelha. Tal hipótese não me convence muito até por o Édem em si não me convence de jeito nenhum. Eu particularmente desconfio que isso tudo começou quando neguinho descobriu que podia vender roupa e enrriquecer fazendo isso, mas o que eu penso pouco importa, o que importa é que, de fato, ninguém vive sem roupa por causa da vergonha que a ausência dela traz. Entretanto não se pode relacionar a quantidade de roupa a timidez de um pessoa,(a regra de três pode não ser direta) pois eu, por exemplo, embora seja adepto do jeans e camisa sem muito luxo me acho mais idôneo do que alguns cavalheiros de terno, colete e gravata. Enfim, se a roupa nos traria a cura para a exposição vergonhosa e nos traria por fim a vergonha que precisamos pra viver em sociedade por que será que existe tanta gente bem vestida e nenhuma vergonha na cara? Um dia eu faço igual a Rita... não igual a Rita do Chico lógico, porque essa não tinha nem roupa nem vergonha. Se Deus quiser eu também quero ser índio, viver pintado de verde num eterno domingo e tomar banho de sol, banho de sol... Mas enquanto, com uma bermuda velha e rasgada que adoro, eu digito essas linhas entre a pausa da leitura de um e outro livro, alguma moça, que provavelmente nunca leu um livro, compra uma bermuda parecida com a minha cujo preço consumiria meu salário do mês do outro lado da cidade. Eu teria vergonha de pagar tão caro numa roupa. Bem... a discussão sobre os hábitos de moda e consumismo vai por outro caminho da minha inquietação primária e merece uma outra observação... de qualquer forma eu me sentiria melhor pelado do que vestindo certos tipos de roupa. No meu caso eu teria vergonha de estar vestido.

Mas isso já renderia mais do que me aquiesce comentar agora.
O que me resta é continuar no meu observatório
Contemplando a imensidão...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Viver dói.

As vezes eu vou dormir com uma dor no peito, desejando não ter que acordar no outro dia, mas não tem jeito... uma hora eu tenho que levantar da cama, e por mais que eu não esteja tão simpático comigo mesmo, eu tenho que olhar meu rosto no espelho e pra aquela cara inchada de quem dormiu a noite toda e acordou cansado de novo. Depois desse confronto é só ligar o automático e fazer o necessário pra continuar levando a dia. As vezes a máquina da "tilt", principalmente nos momentos em que se para pra pensar. Só ai eu que eu me dou conta do quanto minha vida é frustrada e o quanto eu já deixei de sonhar ao longo desses meus poucos anos de vida (quantos não seriam os sonhos perdidos se fossem muitos os anos). Não posso reclamar da vida... afinal vivo. Não se destrata assim quem sempre lhe deu oportunidade de existir, mas minha vida não tem sido nada do que eu imaginei. Nenhum sonho, nenhum amor, nenhum motivo... não pude escolher nada até agora. Talvez eu não tenha direito sobre minha vida, talvez seja até mesmo prisioneiro dessa condição afinal, há alguma forma de existir sem vida? Uma coisa é certa: quando eu coloco essa dor de viver entre letras é como se estivesse vendo a cara da dor. Eu sei que ela não vai doer menos por isso, nem vai deixar de me maltratar tanto, o que eu tenho, pelo menos, é uma forma razoável de assumir que viver dói e de doer por mais um dia.

Ainda assim é no mínimo ingênuo conceber uma boa forma de encarar a vida crua. Talvez o fenômeno da vida seja parecido com uma luta em que um pugilista sobe no ringue certo que vai apanhar até o nocaute e ainda assim não desiste de arriscar alguns socos. Os socos do seu adversário doem bem mais. Deus me preserve da ingrata missão de achar um sentido pra vida. Eu só sei que vivo porque não tenho como fugir disso ainda que corte meus pulsos. O mistério de existir está muito longe da minha cabeça tão miúda...


Então vou ficar por aqui...


Contemplando a imensidão.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

dale Chico Bento!

Talvez uma consideração inteligente faça alguém incoveniente se tocar...














Mas é fato que ninguém é de ferro...













Eu vou ali contemplar a imensidão.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Festival de verão de onde mesmo?

Ivete Sangalo, Banda Cheiro de Amor, Timbalada, Jammil... Qualquer retardado sabe o que essas bandas têm em comum. Eu começei meio grosseiro não foi? Perdão... É porque de certa forma uma pessoa sensata há de convir que fica difícil fazer um festival de verão do RECIFE com tanta banda de SALVADOR. Não tenho nada contra a música da Bahia, mas sinceramente eu to começando a desconfiar que os organizadores do evento tem alguma coisa contra a música do Recife. Como é que podem contratar 8 shows em dois dias de festa sem chamar pelo menos uma... umazinha! banda genuinamente pernabucana? Aliás, to sendo injusto, tem duas bandas que creio ser de pernambuco. Uma delas se chama "Garota" e vem dessa nova geração que nos faz sentir vergonha do nosso forró e a outra chama-se Amigos sertanejos (Eu preciso comentar?!?). Não quero ser dramático nem barrista, mas isso me deixa doente. Lógico que EU NÃO VOU pra essa festa por uma questão de pricípios... e nem me convidem! Talvez se a festa não fosse logo depois do carnaval ou se pelo menos tivesse outro nome que não fosse esse nome mentiroso... Enfim... talvez os donos da festa não sejam pernambucanos, pensando bem... nem se tivesem nascido no meio de uma troça de frevo nos quatro cantos em Olinda eu chamaria eles de pernambucanos.
Mesmo com tudo isso eu tenho que agradeçer a essa galera pois "Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal" né Dalai Lama?

Eu repito que não vou, se você for faz o favor de dizer a Ivete que ta mais fácil achar o Osama Bin Laden do que a tal Dalila que ela tanto manda buscar rsrsrsrsrs

Vale acrescentar que a gelera que vem tocar aqui não tem nada a ver com isso e que todo esse pessoal competente só ta fazendo o trabalho pelo qual foi pago, mas eu sou obrigado a observar que por incrível que pareça não tem nenhuma orquestra de frevo tocando na *$!#§ do festival de verão do Recife... estranho né?


Só me resta ficar aqui no meu observatório comtemplando a imensidão...

Neo Neo

O que eu não consigo entender é aquele tipo de gente que nem te conheçe direito e já vai dizendo como você tem que ser. Aquela galera "antenada" que sempre ta por dentro das tendências (Ou simplesmente fala demais) e gosta de dizer como vc deveria se vestir, se comportar, quais ambientes freqüentar, com que frenqüencia e com quem... O triste é ter que admitir que essas pessoas são quase a maioria do mundo! Então você começa a se perguntar onde diabos foi parar o respeito as diferenças?!? O mundo ta de cabeça pra baixo e a prova disso é que essa expressão já ta ficando clichê. A verdade é que hoje em dia uma pessoa normal tem duas opções: se abriga em alguma ilha ou fica à deriva no oceano (Pra quem não entendeu eu vou explicar a metáfora). A nova ordem é: Aliene-se! Rotule-se! Pertença a alguma tribo pelo amor de Deus! Quer seja Gay, Emo, Hippie, Nerd, Pagodeiro, Punk, Crente... alguma coisa fácil de identificar. Quanto mais eu observo esse caos que a gente criou eu me sinto mais um extra terrestre. To vendo que o pior inimigo do homem é ele mesmo "O homem é lobo do homem" né Hobbies? Mas essa sociedade merda já tá tão podre que falar mal dela já perdeu a graça... O que resta é desligar a visão periférica e fazer os árbitros covardes, que querem nos reconstruir com o tijolo deles, de otários! Mas eu não to aqui pra começar uma revolução afinal... assim como um cara ai disse a algum tempo que não é besta pra tirar onda de herói, eu também sei que Curango Kid só existe no gibe!

fazêoque?!?

Vou ficar nesse meu observatório comtemplando a imensidão!